Colóquio “A Experiência Contemplativa no Pensamento e na Cultura Portugueses”

CFUL / IF-UP / UCP Porto

11 de Novembro de 2025 – Lisboa

12-13 Novembro de 2025 – Porto

Chamada para comunicações

Este colóquio visa investigar a marcante presença do tema da experiência contemplativa no pensamento e na cultura portugueses, desde as origens da nacionalidade até ao presente.

Os interessados em participar com uma comunicação oral poderão submeter uma proposta até ao dia 31 de julho. A proposta deverá ser enviada para coloquiocontemplacao@gmail.com e deverá conter os seguintes elementos: Nome; Afiliação Institucional; Título; Resumo (máx. 200 palavras) e pequena nota biográfica (c. 5 a 10 linhas).

Texto de apresentação

            Num momento de crise e encruzilhada da cultura e da civilização ocidental globalizadas, em que por um lado se agravam sintomas disfuncionais, como a degradação da saúde mental, a polarização social e a destruição ambiental, e por outro se verifica uma crescente redescoberta da vida contemplativa e do interesse pela espiritualidade, este Colóquio visa investigar a marcante presença do tema da experiência contemplativa no pensamento e na cultura portugueses, desde o período anterior à nacionalidade até ao presente. Desde as tradições mitopoéticas ancestrais às Cantigas de Amigo, desde as narrativas de viagens marítimas a ilhas paradisíacas – como a Navegação de São Brandão e o Conto de Amaro – à Demanda do Graal e a obras de espiritualidade ascético-mística – como o Castelo Perigoso, o Orto do Esposo e o Bosco Deleitoso – , desde a obra de Santo António de Lisboa e Pedro Hispano à poesia de Luís de Camões e Frei Agostinho da Cruz e aos tratados de teologia e contemplação mística de Francisco de Sousa Tavares, D. Manuel de Portugal, D. Gaspar de Leão, Hilarião Brandão, Sebastião Toscano, Heitor Pinto, Agostinho de Santa Maria, Manuel Bernardes e Soror Isabel do Menino Jesus (entre muitos outros), desde a poesia de Antero de Quental até Guerra Junqueiro, Teixeira de Pascoaes e Fernando Pessoa, desde a filosofia aberta ao inefável de Leonardo Coimbra, Raul Leal, José Marinho, Agostinho da Silva, Eudoro de Sousa, Dalila Pereira da Costa e Vergílio Ferreira à poética do êxtase, do silêncio, do espanto e do maravilhamento em Natália Correia, António Ramos Rosa, Sophia de Mello Breyner, Maria Gabriela Llansol e autores contemporâneos, abrem-se múltiplos caminhos para a exploração deste tema intemporal e muito actual.

Este Colóquio visa rever e repensar o horizonte e as características do pensamento e da cultura portugueses, investigando um dos seus temas maiores que tem permanecido esquecido e encoberto, oferecendo possibilidades e desafios fecundos para a nossa vida presente e futura, entre os quais alternativas à crise da sociedade do trabalho, da produção, do consumo e da distracção que Byung-Chul Han designou como “sociedade do burnout” que convergem com o renascimento do interesse pelo repouso contemplativo, pelas práticas meditativas e pela espiritualidade.

Comissão Organizadora e Científica

Paulo Borges (CFUL)

Fabrizio Boscaglia (CFUL e ULusófona)

Nuno Ribeiro (IELT)

Celeste Natário (IF)

Mário João Correia (IF)

Jorge Cunha (UCP Porto)

Entidades organizadoras

Instituto de Filosofia, Universidade do Porto (UID/0502)

Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa (UID/0310)

Universidade Católica Portuguesa – Porto