HPhil Seminar: November 6, 2025
The HPhil (History of Philosophy) Research Group of the Centre of Philosophy of the University of Lisbon announces the 2025/26 edition of its permanent seminar on the history of philosophy, devoted to the presentation of conferences by renowned specialists while also creating opportunities to emerging scholars, aiming to promote advanced studies in groundbreaking debates and the permanent training of its academic community.
In this session of the seminar, Bernardo Barroso (CFUL) will present a work of his, entitled “Sobre o Riso no Teeteto: o dever filosófico de rir”. (abstract below)
The session will take place on November 6, 2025 at 5 p.m., in the Room 201.J (Room Mattos Romão, Department of Philosophy). Admission is free
Abstract
As questões que tentam compreender o comportamento humano e moldar como reagimos a certos cenários são milenares. Recentemente, talvez mais do que nunca, um comportamento tem-se manifestado no quotidiano em dimensões que anteriormente eram incomuns. Até há uma década, seria altamente desaconselhado que um político se risse do seu oponente durante um debate; hoje em dia, é uma táctica vencedora.
Para compreender fenómenos “novos”, é frequentemente útil consultar os autores antigos. Platão nunca escreveu um diálogo sobre o riso, mas tratou o tema em várias obras: Filebo, Górgias, Leis, A República e Teeteto, entre outras. As menções ao riso e ao ridículo no Teeteto são consideráveis, no entanto, há poucos estudos sobre o papel do mesmo nesta obra. Isto deve-se, em parte, a uma tendência geral e natural para um foco na questão central do diálogo, “o que é o conhecimento?” (episteme). Sugerimos, no entanto, que para uma compreensão profunda dessa questão central, é essencial compreender todos os outros elementos do diálogo – entre eles, a recorrência do riso. É a esta tarefa que a presente exposição se dedica. Uma segunda razão para esta análise é dada pelos estudos feitos sobre as restantes obras mencionadas. As reflexões sobre o riso no Teeteto são diferentes das que são feitas por Platão nos outros diálogos.
Através da análise de cada uma das ocorrências, propomos uma interpretação que tem em consideração os contextos em que o riso é mencionado, bem como qual é o seu papel no propósito do diálogo. Consequentemente, defendemos que o riso tem um papel essencial numa vida bem vivida, para Platão. De forma mais controversa, abrimos a possibilidade conceptual de que para além deste papel essencial, o riso é, na verdade, um dever moral do filósofo.


