Ferruccio Andolfi
University of Parma
Detractores e defensores da compaixão*
14 February 2023, 17h00 (Lisbon Time — GMT+0)
Sala Mattos Romão (Room C201.J – Department of Philosophy)
School of Arts and Humanities – University of Lisbon
Abstract
Os filósofos em geral têm sido cautelosos ao tratar da questão da compaixão. Isto é particularmente notório do lado racionalista da filosofia: de Sócrates aos estóicos, de Spinoza a Kant. A virtude terapêutica do conhecimento em relação ao mal, concebido como ignorância, tem sido oposta à sensibilidade incontrolada que se expressaria nesse movimento da alma. A transposição mais conhecida do tema religioso e sapiencial da compaixão para o campo da filosofia moral ocidental deve-se a Schopenhauer, que recorre a fontes tanto cristãs como budistas. A apresentação reconstrói esta posição, mas também denuncia os seus limites: em primeiro lugar o de não considerar a sua ligação com o instinto de felicidade. Além disso, na proposta de Schopenhauer, ela enquadra-se num sistema metafísico que não considera a pertença de cada ser a si próprio como egoísta e, portanto, imoral e está orientado para uma intimidade fusional dos seres. A tese apoiada, com Simmel, é que a compaixão, pelo contrário, só pode ser real na condição de que a distinção entre os seres seja mantida.
* Apresentação em italiano com disponibilização do texto em tradução portuguesa.

